URUGUAI: ROAD TRIP II
Um país pequeno, que encanta pelo seu charme e simplicidade. Com cidades arborizadas, estradas boas, campos extensos, praias limpas e um clima muito agradável, é um destino perfeito para um roteiro de carro.
Por Irmãs Pelo Mundo, setembro 2023.
Um dos melhores jeitos de conhecer o Uruguai é fazendo um roteiro de carro! O país é pequeno, as estradas são boas e há diversas cidades pelo caminho a serem descobertas. Por ser pequeno, fica fácil viajar e conhecer muitos lugares em poucos dias, já que as distâncias são curtas. Nossa primeira experiência viajando de carro para o Uruguai foi em 2014 e em 2019 retornamos (já como blogueirynhasss) e contamos tudo nesse post: clique para ler.
Oficialmente o Uruguai chama-se República Oriental do Uruguai, e quem nasce no país, não tem nacionalidade Uruguaia, e sim Oriental. Sabiam disso? Segundo menor país da América do Sul, conta com apenas 176 mil quilômetros quadrados, sendo somente maior que o Suriname. Sua população é de cerca de 3,5 milhões de habitantes, sendo que cerca 1,8 milhões vivem na capital Montevidéu e região metropolitana. A única fronteira terrestre é com o estado brasileiro do Rio Grande do Sul, no norte, sendo a segunda menor fronteira do Brasil com outro país sul-americano. Para o oeste encontra-se o rio Uruguai e a sudoeste situa-se o estuário do rio da Prata. O país faz fronteira com a Argentina apenas em alguns bancos de qualquer um dos rios citados acima.
Neste post, damos dicas pra quem também pretende fazer um roteiro de carro no Uruguai. Saímos da nossa cidade em Santa Catarina em direção a Montevidéu, passando a fronteira por Jaguarão, e voltamos por Punta Del Este, cruzando a fronteira no Chuí. Se você pretende conhecer a região norte do Uruguai, percorrendo Punta Del Este, Cabo Polônio, Santa Tereza e Piriápolis, confira nossa primeira publicação clicando aqui.
:: QUANDO IR ::
Em quase todo o país, a primavera normalmente é úmida, fria e ventosa, o verão é quente, o outono é ameno, enquanto o inverno é frio e úmido. Na primavera e no inverno sopra um forte vento frio chamado Pampero. Devido à forma plana e sem grandes montanhas, o Uruguai é fortemente afetado pela influência oceânica. Os ventos vindos do Oceano Atlântico trazem chuva a qualquer momento do ano, especialmente no outono e na primavera. A corrente oceânica quente do Brasil atenua as mudanças térmicas das temperaturas anuais do país.
A melhor época para visitar o Uruguai é no verão entre Dezembro e Março. Nesta época dá para aproveitar as praias porém, por ser alta temporada, a procura é grande e os preços ficam mais elevados, pois o litoral uruguaio é invadido por turistas argentinos. Fora da temporada, os preços caem e fica bem tranquilo para conhecer, mas lembre-se que no litoral muitos estabelecimentos fecham e algumas praias parecem cidades desertas.
:: HOSPEDAGEM ::
Nessa viagem ficamos hospedados em duas cidades: Montevidéu e Punta Del Este. Na capital optamos pela hospedagem no centro histórico, por conta da proximidade dos atrativos. A região tem um aspecto bem antigo e não muito conservado. Os prédios do centro da cidade foram construídos na primeira metade do século XX, época de ouro da economia uruguaia, que desenvolveu rapidamente o país e fez surgir muitas construções na capita, trazendo um aspecto interessante à cidade, um clima de nostalgia de uma época de bonança do país.
Nossa escolha foi o Smart Hotel, com café da manhã. Apesar de ter sido uma hospedagem tranquila, confortável, bem perto da Plaza Independência e Mercado do Porto, a Ciudad Vieja fica longe dos restaurantes mais badaladinhos, localizados em Pocitos e Punta Carretas, regiões mais modernas. Clique aqui para reservar.
A segunda hospedagem foi em Punta Del Este no hotel Don Majestic, um edifício moderno com arquitetura toda em vidro. O café da manhã era maravilhoso! Clique aqui para reservar.
:: NOSSO ROTEIRO ::
MONTEVIDÉU
Capital e a maior cidade do Uruguai, a tranquila Montevidéu é detentora de quase 50% da população Uruguaiana em sua região metropolitana, cerca de 1,3 milhão de habitantes, um número pequeno se comparado às outras capitais do continente. Na nossa visita optamos por um Free Tour com a Civitatis para conhecer a história e os monumentos mais importantes. Vale muito a pena! Clique aqui para reservar. Nosso roteiro está no mapinha.
No segundo dia no Uruguai (o primeiro foi apenas estrada), começamos o tour na praça central de Montevidéu, a Plaza da Independência, local onde há vários prédios antigos e uma estátua equestre em homenagem ao General José Gervasio Artigas, o herói uruguaio que deu ao país a independência da Espanha. Ao redor deste monumento, há escadas que dão acesso ao mausoléu subterrâneo de José Artigas, onde estão guardados os seus restos mortais.
Na praça, também estão o Palácio Salvo, construído em 1928 e considerado uma das construções mais interessantes de Montevidéu; a Torre Executiva, sede da presidência do Uruguai; e o Edifício Independência ou Edifício José Artigas, anteriormente chamado de Palácio Estévez, e que abriga hoje o Museo de la Casa de Gobierno, onde você pode conhecer todos os detalhes sobre a história política do Uruguai através de objetos únicos.
Passamos pela Puerta de la Ciudadela, uma imponente construção que representa o muro espanhol e a entrada para a antiga cidadela, hoje chamada de Ciudade Vieja, o bairro mais antigo que preserva a maior riqueza histórica de Montevidéu. Em 1741, no período colonial, os espanhóis começaram a murar parte de Montevidéu construindo uma fortaleza para proteger o território de invasões portuguesas e inglesas. Essa região foi denominada Ciudadela e concentrava atividade política, social e religiosa. A muralha, porém, foi demolida na primeira metade do século XIX.
Ao lado está o maravilhoso Teatro Solis, idealizado pelo arquiteto Carlos Zucchi e inaugurado em 1856 para atender a classe alta da sociedade da época.
Seguimos com o guia até chegamos na Plaza de la Constituicion, a praça mais antiga da cidade; e na Igreja Matriz, também conhecida como Catedral Metropolitana de Montevidéu, reinaugurada em 1788 depois que a antiga, de 1720 ruiu.
Passamos por outros pontos turísticos como a Casas de Rivieira, construída em 1802 e comprada pelo General Fructuoso Rivera em 1834, o primeiro presidente do Uruguai; Casa Monteiro que até hoje preserva toda a mobília, decoração de bom gosto da elite uruguaia e estilo romântico do século 19; Casa Lavalleja uma das primeiras casas de Montevidéu construída em 1783; Casa que Garibaldi uma pensão que Giuseppe Garibalbi e Anita viveram entre 1841 e 1847.
Por fim chegamos ao famoso Mercado do Porto, onde encerramos o tour. Construído pelos ingleses, o mercado é o centro gastronômico de Montevidéu e reúne diversos restaurantes especializados em parrillas, além de lojinhas de artesanato e alfajores.
REGIÃO VINÍCOLA DE MONTEVIDÉU
Voltamos ao hotel para pegar o carro e seguimos para uma das regiões vinícolas do Uruguai. No país há dezenas de vinícolas localizadas principalmente em três eixos de enoturismo: Carmelo e Colônia del Sacramento, Montevidéu e Canelones, Punta del Este e Pueblo Garzón. O Uruguai adotou como sua uva emblemática a Tannat, trazida pelo espanhol Pascoal Harriague do sudoeste da França. Graças aos bons resultados na produção de vinhos dessa uva, hoje se intitula o país do Tannat. Esta uva tem um estilo natural mais rústico, mas pode produzir vinhos varietais de alto nível com técnicas mais apuradas de elaboração, e bons vinhos de corte, onde a presença de Merlot ou Cabernet Sauvignon cria vinhos mais macios e elegantes.
As vinícolas em Montevidéu ficam ao norte entre a zona rural da capital e o município de Canelones, cerca de 20 km e 50 km do centro. Pesquisamos as experiências em várias vinícolas e podemos afirmar que no geral os valores são bem salgadinhos. Visitamos a Bodega Spinoglio para um almoço harmonizado e simplesmente ficamos encantadas com o sabor! Localizada a 22 km do centro, ainda dentro do município de Montevidéu, a Spinoglio oferece visita aos vinhedos e à cave, degustação e almoço. Há bicicletas para quem quer rodar pela propriedade e brinquedos para crianças.
Você pode escolher entre 3 degustações: a Reserva com 4 vinhos R$ 175,00, e a Premium com 5 vinhos por R$ 275,00. Há também 3 opções de almoço: a Experiência Monfrà Reserva (degustação de 4 vinhos seguida de almoço) por R$ 350,00, a Experiência Maridaje (almoço de 4 passos harmonizado com vinhos) por R$ 350,00 e a Experiência Monfrà Premium (degustação de 5 vinhos seguida de almoço) por R$ 450,00. Reserve pelo site.
OUTRAS VINÍCOLAS:
BODEGA BOUZA: A 25 km de Punta Carretas, na direção norte, a Bodega Bouza é a mais visitada das vinícolas em Montevidéu. Por ser pioneira no enoturismo em Montevidéu, tem um esquema muito bem organizado de visitas, sendo que a visita guiada por vinhedos, vinícola e adega é gratuita e leva 45 minutos. É preciso agendar seu horário.
Durante a visita você pode adicionar uma degustação de 4 vinhos (1 branco, 3 tintos) com tapas (uma tapa por vinho), realizada na Garagem Bouza, onde está a coleção de carros antigos da família. A degustação custa R$ 255,00 por pessoa. Também é possível almoçar na bodega por R$ 595,00. O serviço é à la carte, e vinhos não estão incluídos. Clique aqui para reservar.
BODEGA CARRAU: Outra vinícola familiar nos arredores de Montevidéu que está a 20 km de Punta Carretas. Os Carrau, provenientes da Catalunha, produzem vinhos desde 1720, e estão no Uruguai desde 1930, dedicando-se a produção de vinhos finos desde 1976. A sede da vinícola ocupa uma casa colonial do século 19, recuperada pela família.
A visitação é bem intimista, em grupos de no máximo 10 pessoas. A visita guiada sem degustação custa R$ 130,00, a visita com degustações de 4 vinhos tradicional custa R$ 182,80 e a Grandes Reservas, de vinhos topo de gama – incluindo o Amat, o mais premiado vinho da Carrau – custa R$ 365,70 por pessoa. Clique aqui para reservar.
FAMILIA DEICAS: 47 km ao norte de Punta Carretas, no município vizinho de Canelones, a Familia Deicas/Juanicó é uma vinícola bastante preparada para o turismo. A degustação mais em conta, Atlantic (vinhos de vinhedos influenciados pela proximidade do mar), custa US$ 37 por pessoa, a visita guiada com degustação custa U$ 48 e a mais cara, Familia Degas, inclui a estrela da casa, o premiadíssimo Preludio, e custa US$ 60 por pessoa. Todas opções são acompanhadas de tábuas de frios, pão artesanal e contam com uma degustaçãozinha de azeite. Também é possível agendar almoços. Há menus de US$ 80 (3 passos) e de US$ 120 (6 passos), harmonizados com vinhos, além a opção a la carte. Reserve diretamente no site.
PIZZORNO: Situada em Canelones, mas pertíssimo da divisa com a Montevidéu, a Pizzorno está a 26 km da zona hoteleira de Pocitos-Punta Carretas. É uma bodega que pode ser visitada pela manhã ou à tarde. São três degustações disponíveis: ‘Clásica’, de 4 vinhos (US$ 32), ‘Premium’, de 6 vinhos (US$ 45) e Master Class, de 8 vinhos (US$ 60). Já o almoço de 3 passos com harmonização, precedido por uma degustação Master Class, sai US$ 75 por pessoa. Para reservar a visitação com transfer, clique aqui.
Mais vinícolas próximas a Montevidéu:
Bracco Bosca (45 km): a degustação ‘Classic’ custa US$ 35, a ‘Premium’ US$ 55, e o almoço harmonizado, US$ 85. Reserve com antecedência pelo site. H. Stagnari (30 km): ‘bodega de autor’ com o tannat mais premiado do mundo. Antigua Bodega (30 km) do grupo Stagnari, a degustação ‘Clássica’ sai US$ 40, a ‘Premium’ US$ 60, e a degustação com almoço, US$ 85 por pessoa. É preciso reservar com antecedência pelo site. Varela Saranz (35 km): a mais bonita das vinícolas, com um caminho de oliveiras antigas ao longo dos vinhedos. A degustação ‘Clásica’ custa R$ 150,00, a ‘Premium’ R$ 225,00 e o almoço harmonizado, R$ 350,00. Reserve com antecedência pelo site. Familia Moizo (44 km): uma vinícola realmente artesanal, com colheita feita a mão. A degustação premium (US$ 40), abrange 3 vinhos da linha ‘Clásico’ e 1 ‘Reserva’, acompanhado de empanadas caseiras. No final, oferecem uma tacinha do ‘licor de tannat’, uma receita italiana adaptada à mais uruguaia das uvas.
Dica: No Uruguai, o aplicativo Cabify oferece a modalidade Cabify Winery, que cobre 4 horas de passeio a vinícolas, com saída e retorno para o mesmo ponto em Montevidéu. As bodegas Bouza, Carrau, Spinoglio e Pizzorno estão dentro da área de cobertura do aplicativos. Você também pode pedir corrida de Uber e Cabify para vinícolas fora da área de cobertura, porém, não haverá sinal para solicitar a volta. Combine o retorno com o motorista previamente.
ESTÁDIO CENTENÁRIO
A noite, fomos curtir um jogo da seleção do Uruguai no Estádio Centenário, um emblemático campo de futebol. Com capacidade para 65 235 espectadores, foi construído para sediar a Copa do Mundo de 1930. O nome deve-se à celebração do 100º Aniversário da Primeira Constituição do Uruguai. O jogo inaugural foi Uruguai 1 a 0 contra o Peru. A construção é um pouco antiga, mas para os amantes de futebol, como nosso pai, é um programa legal para fazer.
POCITOS
No terceiro dia, pegamos estrada rumo a Punta del Este. Antes paramos em Pocitos, uma “praia” famosa da capital, que fica o famoso letreiro MONTEVIDEO e a Rambla de Pocitos, um calçadão a “beira mar”, que na verdade não é mar, é sim o rio da Prata.
Uma das versões, e a mais difundida, a respeito da origem do nome de Montevidéu, conta de que, navegando pelo Rio da Prata de leste a oeste (do Oceano Atlântico para o continente), avista-se o 6º monte na região em que hoje se situa a capital uruguaia. Daí, o registro de "Monte VI (sexto) de Este a Oeste", que de forma abreviada se escreve "Monte VI-D-E-O"
PIRIÁPOLIS
Antes de chegarmos em Punta del Este, paramos na cidade de Piriápolis, um encantador balneário com ar de interior. Com mais de 20 km de praias de águas mornas e areias brancas, o balneário foi fundado em 1893 e recebeu esse nome, porque seu fundador foi Francisco Piria, um alquimista que morreu em 1933 tentando fabricar o elixir da vida eterna no suntuoso castelo que mandou construir para trabalhar. Enquanto idealizava o balneário, Piria espalhou uma série de símbolos místicos em pontos que julgava energizados espiritualmente.
Logo na estrada da cidade é possível avistar o Castelo de Francisco Piria, uma construção de formas medievais que foi residência do fundador da cidade. Terminada definitivamente em 17 de agosto de 1897, o velho castelo tem sido residência presidencial e lugar dos encontros culturais e eventos mais importantes que tiveram lugar na cidade de Piriápolis, desde a sua fundação. Hoje, sem perder a mágica e a mística daqueles anos, funciona como museu local e é administrado pela Intendência Municipal de Maldonado. Não paramos.
Em frente à Praia de Piriápolis, está o Hotel Argentino, edifício idealizado e construído em 1930 por Francisco Piria. Foi uma construção tão superdimensionada para aqueles anos, como se com essa grande obra tivesse querido deixar marcas de um passado glorioso para essa região do mundo e os homens que habitavam. As famílias da aristocracia local, tanto de Montevidéu quanto da vizinha Buenos Aires, começaram a povoar ano a ano, temporada a temporada, os seus ecléticos apartamentos, e Piriápolis começou a ser frequentado por milhares de visitantes.
O hotel conta hoje com os mesmos 300 apartamentos e o mesmo mobiliário com os que foi inaugurado na metade do século XX. As suas conhecidas suítes e vários salões, além dos seus espaços comuns, fazem desse lugar um lugar único onde cada um dos hóspedes encontra a harmonia necessária para desfrutar da sua estadia.
Seguimos até o Cerro San Antonio que encontra-se a 130 metros de altura sobre o nível do mar. O seu nome oficial é Cerro del Inglês, embora todos o conheçam pela capela construída em homenagem a Santo Antônio. Existem várias alternativas para subir até o seu topo: por meio de teleférico, de carro ou de ônibus (através de um caminho) e também se pode chegar andando, depois de uma longa caminhada. Fomos de teleférico.
Seguindo estrada passamos pela Fonte de Venus. Inaugurado em 1911 é obra do arquiteto Beltrame e a estátua de Vênus foi desenhada por Mathurin Moreau. Tanto a estátua assim como as demais que rodeiam o parque são de fundição francesa (Val D’ Osne), compradas por catálogos de móveis urbanos da época. Segundo tradição diante da estátua, é para imaginar uma luz verde conectando o seu coração ao dela e depois, caminhar em volta do lago no sentido anti-horário, pedindo energias como paz e prosperidade. Para enviar as energias a outras pessoas, refaça o trajeto no sentido horário.
PUNTA BALLENA
Cerca de 15km para chegar em Punta del Este, está Punta Ballena, o lugar tem uma bela paisagem natural, especialmente para os amantes do pôr do sol. Fundada por Antonio Lussich em 1896, a península se tornou um dos principais destinos turísticos do Uruguai, oferecendo uma excelente infraestrutura com incríveis hotéis, museus, restaurantes, praias e uma bela paisagem natural.
É em Punta Ballena que fica um dos principais pontos turísticos da região, a famosa Casapueblo, que foi idealizada e construída em 1958 pelo artista uruguaio Carlos Páez Vilaró. Em 1958, Páez Vilaró chegou pela primeira vez a Punta Ballena, e o lugar o encantou.
Inicialmente, o artista ergueu uma pequena casa de lata, que funcionou como um armazém para portas velhas, janelas e materiais que posteriormente iria utilizar na obra de sua futura casa. Então, com a ajuda de amigos e pescadores, criou La Pionera, seu primeiro ateliê de madeira e anos mais tarde, começou a cobri-la com cimento e a modelá-la com as mãos, como uma escultura, sempre incrustando nas paredes objetos trazidos de suas viagens e destinando lugares especiais para suas lembranças.
Por isso a CasaPueblo é realmente uma casa escultura. Foi construída para ser uma residência de verão e quando Vilaró recebia a notícia de que amigos distantes estavam vindo visita-lo, ele imediatamente começava a construir quartos para os hospedes, o que resultou em impressionantes 56 quartos. Um verdadeiro labirinto para as pessoas que caminham lá dentro.
O trabalho que durou 36 anos só foi encerrado com a morte do artista, em 2014. A casa sempre foi associada ao estilo das casas de Santorini, a famosa ilha grega do Mediterrâneo porém, quando Vilaró era perguntado sobre a inspiração para a obra, ele associava a casa a obra do pássaro João de Barro.
PUNTA DEL ESTE
Saímos após as 8:30h de Montevidéu, passamos por Piriápolis, visitamos a Casa Pueblo em Punta Ballena, até chegar perto as 14h em Punta del Este. Essa Riviera ainda desconhecida do mundo em geral e com cara de cidade guarda mansões, hotéis luxuosos, lojas de grife, restaurantes de alta gastronomia, cassinos e muitas outras opções de entretenimento. É um balneário um pouco mais sofisticado do que as outras paradas no Uruguai e é o destino uruguaio favorito dos brasileiros e argentinos.
Punta tem 40 quilômetros de costa onde o Rio da Prata desagua no Atlântico. Na praia Mansa, banhada pelo Rio da Prata está o porto onde veleiros e lanchas ficam ancorados e na praia Brava banhada pelo oceano, venta muito e a água tende a ser mais bonita de ver.
É na Playa Brava que fica localizada a escultura Los Dedos, ponto de parada na cidade. Ela foi feita pelo artista chileno Mario Irrazábal, em 1982, durante o Primeiro Encontro Internacional de escultura moderna ao ar livre de Punta del Este e representa a presença do homem na natureza.
Uma pena termos ficamos apenas uma noite. Deixamos a cidade com gostinho de quero mais.
Esperamos que tenham gostado! Até a próxima!
Beijos
Paula e Gabe
Assista nossos dias no Uruguai em detalhes (mostrados ao vivo pelos stories do Instagram):
[ Parte 1 MONTEVIDÉU ]
[ Parte 2 PIRIÁPOLIS E PUNTA DEL ESTE ]
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::: Leia um breve resumo sobre a HISTÓRIA DO URUGUAI
Os portugueses foram os primeiros europeus a chegar em 1512, seguido pelos os espanhóis em 1516. A região passou a ser uma zona de discórdia entre os impérios Espanhol e Português, e a resistência dos nativos, combinada com a ausência de ouro e prata, limitaram a colonização da região durante os séculos XVI e XVII.
Pelo Tratado de Tordesilhas, a região do Uruguai pertencia à Espanha, e o primeiro assentamento espanhol permanente foi Villa Soriano fundado em 1624. Entre 1669 e 1671, os portugueses, de olho na terra, construíram uma fortaleza em Colônia do Sacramento, e em 1777, com o Tratado de Santo Ildefonso, a colônia tornou-se uma possessão espanhola. A colonização espanhola aumentou e a Espanha procurou limitar a expansão das fronteiras do Brasil por Portugal.
No início do século XVIII os espanhóis fundaram Montevideo como uma fortaleza militar no país. O seu porto natural logo se transformou em uma área comercial que competia com Buenos Aires, o que acabou gerando conflitos e lutas pelo domínio na região platina, entre forças coloniais britânicas, espanholas e portuguesas. Entre 1806 e 1807, o exército britânico tentou tomar Buenos Aires e Montevidéu como parte das Guerras Napoleônicas. Montevidéu foi ocupada por uma força britânica de fevereiro a setembro de 1807.
Em 1811, José Gervasio Artigas, que se tornou o herói nacional do Uruguai, iniciou uma revolução bem-sucedida contra as autoridades espanholas, derrotando-as em 18 de maio, na Batalha de Las Piedras. Na Assembleia Constituinte de 1813 em Buenos Aires, Artigas exigiu autonomia política e econômica para a Banda Oriental, que foi recusado. Como resultado, Artigas rompeu com Buenos Aires e Montevidéu foi sitiada a partir de 1815. Logo que as tropas de Buenos Aires se retiraram, a Banda Oriental nomeou seu primeiro governo autônomo. Artigas organizou uma Liga Federal sob sua proteção, que consistia em seis províncias, quatro das quais, mais tarde, se tornaram parte da Argentina.
Em 1816, tropas portuguesas apoiadas pela Argentina invadiram a Banda Oriental vinda do Brasil e tomou Montevidéu em janeiro de 1817. Logo em seguida, o Uruguai foi ocupado por novas forças, só que dessa vez pela aliança dos portugueses com o Brasil. O território, então foi anexado ao Brasil Português com o nome de Cisplatina. Com a independência do Brasil em 1822, a região ficou pertencente ao Brasil.
Em 25 de agosto de 1825, os Trinta e Três Orientais, liderados por Juan Antonio Lavalleja, com o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina), declararam a independência uruguaia. Isto conduziu à Guerra da Cisplatina, que durou 500 dias. Nenhum dos lados venceu o conflito e, em 1828, o Tratado de Montevidéu, promovido pelo Reino Unido, que tinha interesses comerciais na região do Rio da Prata, e que deu origem ao Uruguai como Estado independente. A primeira constituição do país foi adotada em 18 de julho de 1830.
Entre 1839 e 1851, ocorreu uma Guerra Civil, ocasionada pela desavença entre dois partidos: os conservadores Blancos, liderados por Manuel Oribe e que representavam os interesses agrícolas do campo, e os liberais Colorados, liderados por Fructuoso Rivera e que representam os interesses comerciais de Montevidéu. Os partidos uruguaios se tornaram associados com facções políticas na vizinha Argentina e em 15 de junho de 1838, um exército liderado pelo líder colorado Rivera derrubou o presidente, que fugiu para a Argentina. Rivera declarou guerra à Argentina em 1839. O conflito duraria 13 anos e tornou-se conhecido como a Guerra Grande.
Atualmente, o país é uma democracia constitucional, onde o presidente cumpre o papel de chefe de Estado e chefe de governo. Segundo a Transparência Internacional, o Uruguai é classificado como o país menos corrupto da América Latina.
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