top of page
  • Irmãs Pelo Mundo

ITÁLIA – FIRENZE: o berço do Renascimento.

Florença é a "pérola da Toscana” e de figuras como Dante, Giotto, Michelangelo e Leonardo da Vinci. Parada obrigatória para todo entusiasta da cultura e história europeias. É impossível não se apaixonar pelo berço do renascimento... tudo aqui é arte.



Por Irmãs Pelo Mundo, outubro de 2019.


Em 2019 organizamos uma viagem para os nossos pais conhecerem a Itália! Foram 15 dias percorrendo 5 cidades icônicas desse pedacinho do velho continente que fazem com que o turista viaje no tempo literalmente.


Até hoje essa viagem rende histórias e vira e mexe nossos pais enviam o roteiro para os amigos viajantes para servir como base, ou até mesmo cópia kkk. Então, também vamos compartilhar com vocês toda a nossa pesquisa, para quem sabe facilitar a programação da sua visita a esse país maravilhoso!


Falaremos sobre Florença nesse post e se quiser saber mais sobre as demais cidades visitadas é só clicar nos links abaixo:


Roma: La Città Eterna – clique aqui

Milão: a capital italiana da moda – clique aqui

Verona: a cidade que inspirou Romeu e Julieta – clique aqui

Veneza: a romântica cidade sobre as águas – clique aqui


Após o café da manhã, nossos pais saíram do hotel em Roma para a estação de trem e depois de 1:20h de viagem chegaram em uma das cidades mais belas do mundo: Florença. Ahh que lugar fantástico!


Como a gente gosta de contar a história de cada lugar que visitamos, no final do post tem um resumo da história de Florença

 

HOSPEDAGEM


Compacta, Florença tem muitos hotéis no centro histórico e perto das estações de trem, onde estão os principais pontos turísticos. Estando perto dos museus, restaurantes e pontos turísticos da cidade, para fazer tudo a pé. Estar perto da estação de trem também facilita a vida, afinal há lindas cidades próximas.


  1. Centro histórico: Bairro turístico, perto dos melhores museus. Com uma caminhada de 20 minutos, você vai de um extremo ao outro dessa região que concentra os melhores museus e pontos turísticos de Florença. Optamos por essa região.

  2. Santa Maria Novella: Região estratégica perto da estação de trem. Florença tem 3 estações de trem: Santa Maria Novella, Campo di Marte e Statuto. A Santa Maria Novella é a maior e mais importante da cidade, conectada com toda a Itália.

  3. Campo di Marte: Bairro residencial mais barato, longe da muvuca dos turistas, com hotéis pelo melhor custo-benefício.


As 3 regiões mais buscadas para hospedagem em Florença - foto: divulgação

Para hospedagem escolhemos o hotel Rodo Fashion Delight bem na Piazza del Duomo. Atualmente o nome do hotel é Numa - Rodo Rooms Apartments e pelo o que vimos nas fotos atuais, os quartos foram atualizados.


Escolhemos esse hotel por conta da localização, sendo que da janela do quarto podíamos admirar a catedral de Florença. Foi um pouco difícil achar disponibilidade de hotel com preço ok nessa região, então caso você prefira hospedagem no centro histórico, faça a reserva com bastante antecedência para conseguir mais opções.


Clique aqui para reservar.


Entrada do hotel e acesso direto à catedral de Florença - foto: Tripadvisor
Vista dos quartos do hotel - foto: Tripadvisor
Os quartos na época em que escolhemos eram todos “desing” estilizados - foto: Tripadvisor
Nossos pais ficaram nesse com vista para a rua e catedral. O banheiro também tinha um bom tamanho, fugindo dos padrões minúsculos europeus - foto: Tripadvisor
O café da manhã estava incluído e era servido nesse terraço fofinho - foto: Tripadvisor
Impossível não se apaixonar por essa vista linda! - foto: Tripadvisor
Mais uma fotinho do espaço do café da manhã porque é muito fofo mesmo - foto: Tripadvisor
 

ROTEIRO


Dia 01 – Centro Histórico


Assim que chegamos em Florença fizemos o free tour pelo centro histórico, também agendado pelo site civitatis. Clique aqui para reservar.


Começamos o passeio pelo centro da cidade, próximo a Piazza del Duomo e chegamos até do o conjunto arquitetônico que inclui a Catedrale di Santa Maria del Fiore, o Battistero di San Giovanni e o Campanile de Giotto. Os três edifícios fazem parte do patrimônio Mundial da UNESCO e sem dúvida, são autênticas joias da arquitetura.


Piazza del Duomo, Florença - foto: divulgação
Catedral, Batistério e a torre campanária - foto: divulgação

Observamos a majestosa fachada da Catedral de Santa Maria del Fiore, obra-prima do Renascimento italiano e sua icônica e misteriosa cúpula: a cúpula de Brunelleschi. A construção iniciou-se em 1296 com projeto de Arnolfo di Cambio sobre as fundações da antiga Catedral de Santa Reparada. Desde o início, ele previu a construção de uma cúpula que se tornaria o símbolo principal da cidade. Por volta de 1380 a catedral foi finalizada só que sem a cúpula. Ai é que veio o desafio: cobrir um diâmetro interno de 45 metros a 114 metros de altura.


Por quase dois séculos, a solução para a conclusão da obra não foi encontrada. Em 1419 o relojoeiro Filippo Brunelleschi venceu um concurso de arquitetura para a construção da tão esperada cúpula. Até hoje a obra é considerara a maior cúpula de alvenaria já feita com 90 metros de altura. Ninguém sabe ao certo como Brunelleschi executou a construção e nenhuma teoria criada pode ser confirmada, uma vez que ele deu um jeito de manter intacto no tempo o segredo da construção de sua monumental obra de arte, sem deixar desenhos ou detalhes de planejamento. Ao fim das obras da cúpula em 1436, a catedral foi consagrada pelo papa Eugénio IV.


Piazza Duomo - arquivo irmãs pelo mundo

Ainda na praça encontra-se a soberba torre do Campanile di Giotto, que é a torre campanária de Santa Maria del Fiore e o Battistero di San Giovanni, considerado o edifício mais antigo da Piazza del Duomo, com suas famosas Portas do Paraíso.


Ainda no Free Tour por Florença visitamos:


Igreja de Orsanmichele, “Horta de São Miguel”: era originalmente um mercado de grãos, e tornou-se uma igreja em 1380 ou 1404. No final do século XIV, a cidade pediu às guildas de mercadores que decorassem a fachada do prédio com santos padroeiros e o resultado foi uma competição para criar a estátua mais bela. As esculturas vistas hoje são cópias e as originais estão no museu da igreja.


Igreja de Orsanmichele - foto: divulgação

Piazza dela Signoria: um dos centros nevrálgicos da cidade, localizada entre a Duomo e o Rio Arno. Sempre esteve muito unida ao poder civil e adotou sua forma atual em meados do século XII, sendo pavimentada no final do século XIV.


Na piazza encontramos o Palazzo della Signoria, que tem sido chamado de Palazzo Vecchio desde a época dos Grão-Duques da Toscana, e é o edifício mais característico da praça. Em sua entrada, você encontrará as esculturas de Adão e Eva, o David de Michelangelo (cópia) e Hércules e Caco. A construção é atribuída ao arquiteto Arnolfo di Cambio e foi residência do grão-duque Cosimo I de 'Medici em 1540. As obras de renovação incidiram principalmente no interior e no prolongamento, não tendo a fachada em direção à Piazza della Signoria sido afetada.


Piazza Della Signoria e o seu Pallazo Vecchio - arquivo irmãs pelo mundo
Réplica da estátua de Michelangelo, Davi - arquivo irmãs pelo mundo

Ponte Vecchio sobre o rio Arno. Você sabia que por cima dessa passarela passa o célebre Corredor Vasariano? Projetado por Giorgio Vasari o corredor permitia que o duque e a sua família se movessem com segurança a partir de sua residência privada no Palazzo Pitti até a sede do governo no Palazzo Vecchio.


A belíssima Ponte Vecchio - arquivo irmãs pelo mundo

Piazza de la Santa Croce e Basílica Santa Croce: uma das principais praças de Florença que leva o nome da Basílica de Santa Croce, a maior igreja franciscana do mundo. É considerada o panteão das Glórias Italianas já que abriga quase 300 tumbas, incluídas as de Michelangelo, Galileu, Maquiavel e Rossini. Suas características mais marcantes são as 16 capelas, muitas delas decoradas com afrescos de Giotto.


Piazza Della Santa Croce e sua basilica - arquivo irmãs pelo mundo

Finalizamos o tour nas imediações da Galleria degli Uffizi, um dos museus mais famosos de Florença. O tour obviamente não visita o interior da galeria mas o guia explica sobre as importantes obras de Da Vinci, Botticelli, Rafael ou Caravaggio. Tiramos um dia apenas para visitar os museus.


Final de tour com o nosso guia da civitatis - arquivo irmãs pelo mundo
 

Dia 02 – Museus de Florença


Florença reserva um patrimônio histórico-artístico conhecido em todo o mundo! No segundo dia conhecemos as duas famosíssimas galerias de arte: Galleria Degli Uffizi (24 euros) e Galleria Dell’Academia (16 euros). Compramos os ingressos sem guia e como nossos pais não são “entendedores de artes”, sentiram falta do direcionamento. Para quem quiser obter um conhecimento mais profundo a respeito da arte exposta, não hesite em contratar guia ou adquirir o ingresso com áudio guia.


Para evitar as filas intermináveis, compre o ingresso antecipado pelo site!


A Galeria dos Uffizi é uma das coleções de pintura mais ricas e famosas do mundo. O museu exibe obras do século XII ao século XVIII, com a melhor coleção do mundo de obras do Renascimento. São cerca de 50 salas de arte organizadas por escolas e estilos em ordem cronológica e graças à estrutura do museu é muito simples visitá-las sem se perder.


Área pública da Galleria degli Uffizi - arquivo irmãs pelo mundo
Vista da galeria para o rio Arno - foto: divulgação

A construção do edifício começou em 1560 por ordem de Cosme I de Médici para reunir, em um só local, os escritórios (uffici) dos treze principais magistrados da cidade, e assim poder controlar os magistrados diretamente a partir do velho e contíguo Palazzo della Signoria.


Algum tempo depois, Cosmo decide unir o Palazzo Vecchio ao Palazzo Pitti, nova residência da família Médici por um caminho particular e elevado, também executado por Vasari, o chamado "Corredor de Vasari", que usava a galeria, a Ponte Vecchio sobre o Arno e uma passarela coberta sobre a rua.


Ponte Vecchio, que liga a Galeria ao Palazzo Pitti - foto: divulgação

As obras terminaram em 1581 com Francisco I de Médici, que sucedeu Cosme, e este decidiu utilizar a galeria do último andar para reunir sua coleção de pinturas, estátuas, objetos de arte antigos e modernos, armaduras, miniaturas, medalhas, para deleite de sua família e da nobreza local. A partir de 1587, com o novo duque, Fernando I de Médici, foram incorporados à galeria: uma coleção de retratos, uma seção de cartografia e uma coleção de instrumentos científicos.


Com o fim da era dos Médici, Leopoldo de Lorena-Habsburgo, realizou uma reorganização das coleções entre 1780 e 1782, seguindo critérios do iluminismo levando alguns itens para outros museus e concentrando na galeria as pinturas e esculturas, ordenadas por escolas. Entre 1842 e 1856, foram colocadas as vinte e oito estátuas dos nichos externos do edifício, homenageando 28 homens ilustres da Toscana como Giotto di Bondone, Nicolau Maquiavel, Leonardo da Vinci e Donatello e desde então, poucos acréscimos foram feitos, com apenas uma grande reforma, basicamente restauro, em 1988.


Entre as centenas de obras que compõem a Galeria Uffizi, são especialmente conhecidas as seguintes:


O Nascimento de Vênus (Sandro Botticeli, 1484)

Adoração dos Magos (Leonardo da Vinci, 1481 – Obra inacabada)

A Anunciação (Leonardo da Vinci)

Virgem do pintassilgo (Rafael, 1506)

A Vênus de Urbino (Tiziano, 1538)


Uma das salas mais requisitadas é a do gênio Leonardo da Vinci - arquivo irmãs pelo mundo

A Galeria da Academia (Galleria dell’Accademia) é o segundo museu mais visitado de Florença, atrás apenas da Galeria Uffizi. É dedicado à preservação de um rico conjunto de obras de arte de fins do gótico até o final do século XIX.


Foi fundada juntamente com a Academia de Belas Artes (Accademia di Belle Arti) em 1784 pelo então Grão-Duque da Toscana Pedro Leopoldo, para proporcionar aos estudantes acesso a um grupo seleto de obras de arte que serviriam como estímulo e exemplo para estudo e desenvolvimento dos futuros artistas.


Davi de Michelangelo - foto: divulgação

Se a Academia é famosa por algum motivo é por ter em seu interior a obra-prima de Michelangelo: o David, uma escultura de mármore branco de 5,17 metros de altura que representa David antes de enfrentar Golias. A escultura foi feita entre 1501 e 1504 nos ateliês da Ópera do Duomo e levada às portas da Ponte Vecchio na Piazza della Signoria. Em 1873, para protegê-la dos fenômenos meteorológicos, foi transferida à Academia.


Além de David, a Galeria da Academia conta com outras salas onde são exibidas mais esculturas, assim como uma grande coleção de pinturas religiosas. Há alguns anos, o museu também sedia uma exposição permanente de instrumentos musicais antigos.


Pelas ruas de Florença - arquivo irmãs pelo mundo
É muito fácil e tranquilo visitar os pontos turísticos de Florença a pé! As atrações ficam próximas umas das outras e localizadas no centro histórico - foto: divulgação

Abaixo um mapa com as atrações que visitamos e a localização do hotel:


 

Dia 03 – Toscana


No terceiro dia em Florença fomos conhecer alguns lugares lindíssimos da Toscana – Pisa, San Gimignano e Siena. Contratamos um tour pela toscana através do site getyourguide e recomendamos caso você não tenha muito tempo pela região. O roteiro de um dia é um pouco corridinho, mas engloba as cidades já mencionada e um almoço com degustação de vinhos em uma vinícola de Chianti. Escolhemos a opção de passeio com mais avaliações do site e custou 76 euros. Passeio incrível e imperdível. Clique aqui para reservar.


Siena: Cercada por vinhedos dos quais se extraem o autêntico Chianti, Siena faz jus à fama de lugar romântico dos que só se encontram na Toscana, com seu Centro Histórico medieval muito bem preservado. As ruazinhas, deliciosas de se percorrer, contrastam com a amplitude da Piazza del Campo, lar do Palazzo Pubblico, com seu imponente campanário (Torre del Mangia) do século 14. Mais ao norte está a Piazza del Duomo com sua fabulosa catedral, do século 12.


A grande atração da cidade é uma das mais antigas corridas de cavalos do mundo, o Palio di Siena. São duas competições, em julho e agosto, que movimentam toda a cidade, envolvida em disputas dos diferentes bairros.


Siena, toda no estilo medieval - foto: divulgação
Piazza del Campo, ocorre a corrida do Palio de Siena - foto: divulgação

San Gimignano: uma das preciosidades da Toscana. A cidade é uma das mais famosas aldeias medievais italianas no topo da colina e seu conjunto arquitetônico medieval, restaurado a partir do século 19, funciona como um impecável cenário para os visitantes que circulam pelos cafés, lojas e restaurantes de seu labirinto de ruas de paralelepípedos.


A melhor sorveteria do mundo, a Gelateria Dondoli, fica localizada na praça central de San Gimignano, e já recebeu por 4 vezes o título de "Campeão no mundo do sorvete" nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009. São mais de 100 sabores que vão desde os mais tradicionais até os mais exóticos, como açafrão, gorgonzola com nozes, framboesa com alecrim.


San Gimignano e suas torres - foto: divulgação
A pracinha fofa - foto: divulgação

Pisa: cidade conhecida mundialmente por abrigar a bela torre pendente. Cidade natal do famoso físico e astrônomo Galileu Galilei, Pisa é repleta de monumentos construídos com um peculiar estilo românico conhecido como estilo pisano, entre os quais se destacam o Duomo e o Batistério, que formam um conjunto com a Torre de Pisa.


O complexo com os monumentos de Pisa - foto: divulgação

Esse é só um resumo do que foi o tour pela Toscana. Para ler o post completo clique aqui.


No dia seguinte, pegamos novamente um trem e partimos para o próximo destino: Milão! Para continuar acompanhando a viagem clique aqui.

 

HISTÓRIA DE FLORENÇA


Florença tem origem num antigo povoado etrusco, chegados da Ásia Menor, que se estabeleceram na zona no século IV a.C. em um acampamento fortificado situado em uma posição privilegiada: na intersecção das estradas que uniam a costa do Tirreno aos Apeninos e, unidas, levavam para Roma através do vale do Arno.


Em 395 a.C., a civilização etrusca foi subjugada pelo Império Romano, e durante as campanhas de colonização de Silla, foi fundada Florentia. É possível que o nome da cidade “Florentia” tenha sido escolhido pelos romanos durante a sua fundação no ano 59 a.C. durante as festividades do advento da primavera, que ocorriam de 28 de abril a 3 de maio, com celebrações em homenagem à deusa Flora (Ludi Florales ou Floralia).


Florença - foto: uma turista nas nuvens

O nome romano Florentia sofreu alteração ao passar para o italiano moderno de flos-floris em “fiore” tornando-se primeiro Fiorenza (italiano medieval) e depois Firenze. Em línguas estrangeiras, no entanto, uma dicção mais fiel ao latim original permaneceu: Florence em inglês e francês, Florenz em alemão ou Florenţia em romeno e Florença em português.


Logo após a queda do Império Romano, devido à riqueza agrícola e à sua posição como centro de comunicações Florença foi disputada e dominada por godos e bizantinos. Por volta do final do século VI, quando os lombardos conquistaram o norte da Itália e da Europa Central, Florença caiu sob seu domínio, e ficaram no controle da cidade durante a alta Idade Média.


Em 774, Florença foi conquistada por Carlos Magno, passando a ser parte do Império Carolíngio. Estabeleceu-se então, um sistema feudal e Florença tornou-se um condado do Sacro Império Romano, juntamente com outras cidades toscanas. O povo florentino já constituída, de fato, uma comune e em 1115 a cidade conquistou sua liberdade: os florentinos derrotaram o vigário imperial, tomando posse de castelos e aldeias próximas para garantir a segurança de seu comércio.


Carlos Magno - foto: divulgação

Em 1125, Florença conseguiu dominar Fiesole e seus habitantes foram obrigados a ir morar em Florença. Aliou-se a Pisa, que lhe proporcionava os barcos que necessitava para o comércio, na luta contra Siena, cujos bancos disputava relações comerciais com a Santa Sé. Em busca da hegemonia da região da Toscana, Florença foi à guerra contra Pisa em 1218.


Entre os séculos XII e XIII, Florença viu os cidadãos se dividirem entre guelfos e gibelinos, na disputa pela sucessão à coroa. Os guelfos defendiam o poder papal e não queriam os privilégios aos nobres, já os gibelinos tinham o auxílio do imperador alemão que se opunham ao poder papal. Em 1250 os gibelinos tiveram o poder usurpado pelos guelfos (período conhecido como “primeiro povo”) e o retomou após a derrota de Florença para Siena. Com a cidade destruída e temendo perder o poder novamente, os gibelinos foram forçados a aceitar que o Papa Clemente IV servisse de mediador da paz entre os grupos opostos. O Papa favoreceu claramente o grupo dos guelfos, que assim conseguiram recuperar o poder e expulsar a nobreza da política em 1293 (“segundo povo”).


Apesar dos conflitos, Florença se superou, acabou se transformando em uma das mais poderosas e prósperas da Itália, e um poderoso centro comercial de toda a Europa. Como celebração foram cunhados os florins de ouro, em 1252, moedas usadas por mais de três séculos, que foi adicionada ao florim de prata, cunhadas desde 1235.


Florins de ouro - foto: divulgação

Nesse momento da história, Florença chegou ao auge de seu desenvolvimento econômico e demográfico, tornando-se a cidade mais importante da Toscana. Pisa tinha perdido a guerra para Gênova, em 1284, enquanto Siena começava a declinar. Durante este tempo, foram feitas grandes obras nos campos da arquitetura e urbanismo, dentre elas a construção da nova catedral e o Palazzo della Signoria, que simbolizavam a riqueza e o poder da cidade.


A partir de 1326 novas atividades comerciais surgiram e nasceu o banco! Pois é: o banco foi criado em Florença. Os florentinos organizaram o empréstimo a grande escala: eles emprestavam dinheiro aos soberanos da Europa em troca do arrendamento dos impostos.


O final do século XIII e século XIV foi marcado pelos conflitos e rivalidade entre duas famílias nobres, conhecidos como negros e brancos (1300-1302), pelas guerras custosas contra Pisa e Lucca e epidemias, em especial a Peste Negra de 1348. A cidade desacelerou por conta da crise econômica e Guerra dos 100 anos. Em 1406, Florença conquistou Pisa e se tornou uma potência marítima, atraindo grande número de pessoas para a cidade. Florença floresceu novamente e muitos aristocratas investiram ali para a construção de capelas e edifícios religiosos, para assegurar a salvação da sua alma, além de transformarem suas casas e fazendas em verdadeiros palácios.


Leonardo Da Vinci fez parte da história de Florença - foto: divulgação

Os contatos cada vez mais frequentes com leituras da antiguidade grega e romana levaram Florença a testemunhar no final do século XIV o nascimento de um novo período literário: o Humanismo, um período áureo do intelecto e da cultura na Europa. O homem passou a considerar-se o centro do mundo, ávido por conhecimento racional e por afirmar seu domínio sobre o meio natural e a história que o precede. A cultura literária, as ciências, as artes e as atividades humanas foram colocadas em primeiro plano.


É graças à arte florentina, sobretudo a Brunelleschi e, depois a os outros membros da cultura arquitetônica do início do século XV, que Florença virou “a cidade do Renascimento”, idealizado pelos humanistas. Donatello, Masaccio, Filippo Lippi, Ghirlandaio Domenico, Sandro Botticelli, Fra Angelico, Michelozzo, Giuliano da Sangallo e Bento Majano, são alguns nomes que participaram da vida artística de Florença e ajudaram a construir a imagem da cidade renascentista.


Ainda no século XIV, a política florentina, que era administrada por comerciantes, continuou a se sustentar com um exército de mercenários. Parte da classe média que tinha sido excluída do poder se juntou ao povo e encontrou um líder em Giovanni Médici, chefe da empresa mais rica e poderosa da Calimala. Após a morte de Giovanni, Cosme, o Velho, mesmo sem nenhum título, conseguiu se apoderar de Florença em 1434.


Estátua equestre histórica de Cosme I de Médici a partir de 1598 na Piazza della Singoria - foto: divulgação

Os Médicis não vieram da nobreza feudal e nem de uma dinastia, e sim construíram sua fortuna de forma lenta, sem chamar a atenção, com base na arte da troca ou outros negócios, como a ligação com o Papa, o que permitiu a Cosme aumentar ainda mais sua fortuna familiar. Eles eram experts em negociações de obras de arte. A família escreveu grande parte da história de Florença por quase 350 anos! Eles foram os responsáveis pelo crescimento histórico e econômico da cidade, já que eram banqueiros do Papa e tornaram Florença um centro cultural indiscutível.


Lorenzo o Magnífico foi um mecenas ilustrado que favoreceu o florescimento da arte da sua época. Depois da sua morte, em 1492, foi substituído por seu filho Pedro II, contra o qual os florentinos se rebelaram e acabaram expulsando. Com seu exílio em 1494, terminou o primeiro período do governo Médici. Os grandes comerciantes organizaram a república e o célebre Maquiavel se encarregou da diplomacia.


Davi de Michelangelo - foto: divulgação

Em 1512, com o apoio dos espanhóis, os Médicis voltaram ao poder, que ostentaram durante quinze anos. Foi o período em que Michelangelo criou a sua famosa estátua de Davi, para que na frente do Palazzo della Signoria, como guardião da liberdade de Florença. Em 16 de maio de 1527, os Médicis são afastados pela segunda vez e se restabelece a república. Em 1530, o imperador Carlos V, com o apoio do Papa Clemente VII, tomou a cidade e nomeou seu genro, Alexandro de Médici, duque hereditário de Florença. Seu sucessor, Cosme II, anexou Siena em 1555. Restaurados os Médicis, a dinastia governaria durante mais dois séculos.


Em 1737 se extinguiu a linha dos Médicis e, com a nomeação do Duque de Lorena, marido de Maria Teresa da Áustria, Florença foi incluída nos territórios da coroa austríaca. Em 1859, Lorena deixou Florença e em 1861 foi deposto, com um plebiscito, o último Grande Duque de Florença. Após a guerra pela unificação da Itália, a Toscana foi anexada ao Reino, recém-formado, da Itália, se tornando a capital, entre 1865 a 1871.


Florença - foto: divulgação
 

Encontre a sua viagem dos sonhos:

IRMÃS PELO MUNDO no insta: Acompanhe as viagens ao vivo.

Reserve aqui a sua hospedagem:

G0944059.JPG

Sobre Nós

Somos irmãs, residentes da cidade de Cocal do Sul em Santa Catarina e adoramos explorar lugares e ter novas experiências. Já viajamos para mais de 12 países e conhecemos 11 estados brasileiros. Apaixonadas por bons drinks, boa comida e estar com amigos.

 

Read More

 

© 2023 by Going Places. Proudly created with Wix.com

Inscreva-se para receber as novidades

Obrigada por se inscrever.

  • Facebook
  • Instagram
  • Pinterest
  • Twitter
bottom of page