FRANÇA – VERSALHES: um legado de luxo e poder a poucos minutos de Paris
Patrimônio da Humanidade declarado pela UNESCO, Versalhes foi o centro do poder e a personificação material da monarquia absolutista que reinou até a Revolução Francesa (1788-1799).
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Por Irmãs Pelo Mundo, janeiro de 2024.
Com 350 anos de história, o Palácio de Versalhes é considerado um dos maiores palácios do mundo, com 2.300 cômodos espalhados em 63 mil m² de área construída, repleto de história e muito luxo. Foi a última residência dos reis franceses, até a execução de Maria Antonieta e Rei Luís XVI durante a Revolução Francesa.
A origem de Versalhes remonta ao início do século XVII, quando o jovem Delfim (futuro rei Luís XIII) solicitou a construção de uma casa de caça na Floresta de Versalhes. O espaço, que era apenas um pavilhão, transformou-se gradualmente em casa de campo, onde aconteciam grandes festas nos jardins; e posteriormente, em 1682 tornou-se residência da família Real e do governo francês.
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Foi sob o reinado de Luis XIV, o Rei Sol (1661-1710), que a residência virou este imenso e extravagante complexo cercado por jardins à francesa. Cada detalhe de sua construção tinha como intuito a glorificação do rei. Com a morte de Luís XIV, em 1715, Versalhes, que estava longe de estar finalizada, entrou em um longo período de declínio e esquecimento, com a corte se instalando novamente em Paris. Em 1722, o jovem Luís XV retornou a Versalhes e sua primeira preocupação foi concluir o trabalho de seu bisavô, além de criar espaços mais íntimos, como o Pequeno Trianon, construído para sua amante.
No final do século XVIII, o Palácio foi palco de um dos maiores eventos já realizados na França: o casamento do rei Luís XVI com Maria Antonieta. Quatro anos depois, o Rei ofereceu à sua esposa o Pequeno Trianon, e Maria Antonieta não apenas o ocupou como o transformou em seu domínio pessoal.
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Diante dos gastos excessivos da corte e sem se dar conta da situação social e econômica da França, Luís XVI e Maria Antonieta, que amava o luxo, foram forçados a deixar o Palácio em 1789, quando começou a Revolução Francesa, para serem guilhotinados anos depois em Paris. Com a queda da monarquia e da Revolução Francesa, o Palácio de Versalhes passou por diversos usos e chegou a ser base até mesmo para uma fábrica de armamentos. Versalhes teve então parte das obras de arte pertencentes à Coroa transferidas para o Louvre, entre elas a Mona Lisa, de Leonardo da Vinci.
Passado o período mais turbulento da Revolução Francesa e após a Queda da Bastilha, no início do século XIX, o Palácio de Versalhes foi dedicado ao Primeiro Império, sob comando de Napoleão Bonaparte, que viveu no Grand Trianon. Já o edifício principal serviu de anexo ao Palácio dos Inválidos, recebendo soldados feridos da guerra. Somente em 1830, na ascensão de Luís Filipe I — o "Rei dos Franceses" —, que Versalhes retomou o caráter Real, passando também a sediar o museu dedicado a todas as glórias da França.
A partir de 1873, o Palácio de Versalhes foi dedicado exclusivamente ao museu e grandes eventos de importância histórica, entre eles a assinatura do tratado de paz da Primeira Guerra Mundial, conhecido como Tratado de Versalhes. O documento foi assinado em 1919 na Sala dos Espelhos.
:: COMO CHEGAR ::
Em uma das seguintes estações em Paris Gare d’Austerlitz, Saint Michel – Notre Dame, Musée d’Orsay, Invalides, Pont d’Alma, Champs de Mars Tour Eiffel, pegue o trem RER C com destino final na estação Versailles Château Rive Gauche. A viagem leva cerca de 40 minutos. Desça na estação Versailles Château Rive Gauche e ande cerca de 10 minutos até a entrada principal do castelo. Siga o fluxo de pessoas. ATENÇÃO: na mesma plataforma passam trens RER C que vão para outros destinos, verifique nas telas ao longo da plataforma se o trem está indo para a estação Versailles Château Rive Gauche.
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:: PROGRAMANDO A VISITA ::
Para um tour completo por toda a propriedade, você precisará de um dia inteiro dedicado a ela. Compre o ingresso pelo site oficial com o áudio guia (vale muito a pena!), e se conseguir, agende uma visita guiada (no dia que escolhemos para conhecer, não havia disponibilidade).
Ao entrar no Palácio de Versalhes, você passará por uma sala onde é possível assistir ao vídeo sobre a história do lugar, ajudando a ter dimensão da importância de Versalhes para a França. Logo após o vídeo, você começará a percorrer os diversos cômodos do Palácio, sendo que os aposentos mais luxuosos, assim como a famosa Sala dos Espelhos, estão localizados no 2º andar.
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O Palácio de Versalhes está organizado em 2 andares: Garden Level (TÉRREO) e First Floor (PRIMEIRO ANDAR):
:: TÉRREO
Galeria da História do Palácio: onze salas dedicadas à história da construção do palácio, com muitas obras e vídeos para serem vistos enquanto se escuta o áudio guia.
Apartamento das Damas (madame Adelaide e Victorie): Esses apartamentos mega requintados pertenciam as filhas de Luís XV.
Aposentos do Dauphin e da Dauphine
Salas imperiais
:: PRIMEIRO ANDAR
Galeria dos Espelhos: a famosa e maravilhosa Galeria dos Espelhos, era uma sala usada para festas e reuniões importantes e conta com mais de 300 espelhos e lustres cheios de ornamentos. Construída em 1678 a pedido do rei Luís XIV, o mais incrível cômodo do Palácio conta com 73 metros de comprimento, 10,50 metros de altura e 12,30 metros de largura. O grande destaque da sala são os dezessete arcos adornados com espelhos que refletem as belas janelas do salão. Ao todo, são 357 espelhos que decoram o lugar. Tudo emoldurado por um teto em formato de abóbada e repleto de belos painéis. A Sala dos Espelhos faz a ligação entre os cômodos do Rei e da Rainha. Além disso, o espaço também foi usado para grandes festas da corte, audiências extraordinárias, recepções para embaixadores, bailes e momentos históricos, entre eles a assinatura do Tratado de Versalhes, que marcou o fim da Primeira Guerra Mundial. Atualmente, durante todo o ano, a sala ainda recebe uma série de concertos e bailes, além de milhares de turistas em busca de uma foto incrível.
Aposentos do rei e da rainha: o apartamento do rei inicalmente possuía sete quartos, cada um dedicado a um dos planetas conhecidos e a sua associada divindade romana. Após a adição do Salão dos Espelhos, o apartamento do rei foi reduzido a cinco quartos (até o reinado de Luis XV onde mais dois aposentos foram adicionados). Os aposentos da rainha, eram composto por quatro aposentos e serviam como a residência de três rainhas da França: Marie-Therese d'Autriche, esposa de Luis XIV, Marie Leczinska, esposa de Luis XV e Maria Antonieta, esposa de Luis XVI.
Salas Louis XIV: Diversas salas destinadas para cerimônias e eventos do rei, a família real e a Corte.
Galeria das Batalhas: Criado por Louis Phillipe no século XIX, tinha como objetivo celebrar todas as batalhas francesas através de trinta telas enormes que ocupam as paredes dos dois lados da sala.
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Capela Real: concluída em 1710 é uma das partes mais bem preservadas do castelo da época de Luis XIV. No interior, a capela real apresenta uma dupla elevação, onde o rei e sua família assistiam as missas da galeria superior.
Sala da Coroação: a sala exibe a célebre pintura da coroação de Napoleão I.
:: JARDINS
Em 1661, o Rei Luís XIV convidou o paisagista André Le Nôtre para projetar os jardins de Versalhes. Para o Rei Sol, os jardins eram tão importantes quanto o palácio em si. As obras foram realizadas ao mesmo tempo que as do palácio e duraram 40 anos. O jardim abrange 800 hectares, incluindo jardins à francesa e à inglesa e o Domínio do Trianon. O jardim conta com 372 estátuas, 600 fontes e 35 km de canais, dentre eles o Grande Canal, que com sua grande perspectiva, suas formas geométricas e simetria perfeita é um ícone dos jardins à francesa.
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Para facilitar a visita, siga o mapa distribuído na entrada de Versalhes. Ele identifica os principais espaços verdes e o horário de funcionamento das fontes e jardins musicais, com sugestão de rotas para não perder nada dos espetáculos. Você poderá seguir em caminhada por diversos trajetos.
Fazer todo o jardim a pé pode ser um pouco cansativo e por isso há várias opções de transporte interno, tais como o Trenzinho 7,50 € que te leva do Château até o Grand e Petit Trianon. O circuito é operado em ambos os sentidos, saídas de 15 em 15 minutos a partir das 11:10h. Você desce em cada local, visita e depois pega o trem de novo.
Trajeto: Estação do Palácio – Petit Trianon – Grand Trianon – Grand Canal (perto da Little Venice) – Estação do Palácio
:: DOMÍNIO TRIANON
O Domínio do Trianon foi construído para que o Rei e a Rainha tivessem mais privacidade e pudessem se refugiar do burburinho e dos excessos da corte. Foram construídos os Palácios Trianon chamados de Grand Trianon e Petit Trianon, e a Hameau de la Reine (Fazendinha da Rainha).
O Grand Trianon, construído inteiramente em mármore rosa no final do século XVII a pedido de Luís XIV, é marcado pelo lago do Grand Canal, um belo vão central que conecta o pátio ao jardim. Este era o local onde o Rei mantinha os encontros com Madame Montespan, longe dos olhares alheios. No reinado de Louis Phillipe, o Grand Trianon passou por uma restauração e vários cômodos foram totalmente modificados, como por exemplo o quarto de Luís XIV que virou o quarto da imperatriz Marie Louise e o anti-quarto do primeiro apartamento de Luís XIV passou a ser uma sala de bilhar para os filhos de Louis Phillipe. Durante a visita, será possível ver os aposentos reais e outros cômodos ricamente decorados, assim como obras de arte que adornam todo o espaço.
Favorito de Maria Antonieta, o Petit Trianon foi construído no final do século XVIII e projetado para Luís XV e sua amante Marquesa de Pompadour a qual faleceu antes do término da obra. O palácio foi inaugurado, em 1769, com a presença da Condessa du Barry (a nova “amiguinha” de Luís XV). Entretanto, o Petit Trianon está muito mais vinculado à imagem da rainha Maria Antonieta, esposa do Rei XVI, pois foi ela quem repaginou tudo, transformando o lugar em seu refúgio longe da pompa toda da Corte. A rainha ainda pediu que uma parte dos jardins tivesse um estilo inglês, desenhado por Hubert Robert. Maria Antonieta foi aos poucos construindo os jardins, uma horta e até mesmo um pequeno vilarejo, similar às vilas normandas da época. Durante a visita, será possível percorrer todos os cômodos decorados com mobiliários de época. Atualmente, o espaço abriga um museu dedicado a Maria Antonieta.
Em volta do Pequeno Trianon, fica a Fazendinha de Maria Antonieta, lá, a jovem rainha passava o tempo com seus filhos, longe das etiquetas da corte que tanto a incomodavam. Maria Antonieta também ordenou o plantio de um jardim à inglesa, mais natural, sem as formas geométricas que caracterizam os jardins à francesa.
:: RESTAURANTES EM VERSALHES
Há diversas opções de restaurantes dentro da propriedade de Versalhes e não será necessário deixar a visitação de lado para uma boa refeição. As melhores opções estão localizadas nos jardins de Versalhes, onde o ambiente externo cercado por flores, esculturas e lago é sempre muito convidativo. Para lanches rápidos e até gostos refinados, é possível encontrar opções também dentro do Palácio.
Le Restaurant Ore - Restaurante com a grife do chef Alain Ducasse, com linda vista, menus completos e serviço elaborado. No cardápio você encontrará clássicos da cozinha francesa, mas também pratos leves e rápidos para lanches e sobremesas.
Angelina - Restaurante e salão de chá famoso pelos doces, com oferta de lanches rápidos e menus mais completos. Vale dizer que há uma versão do Angelina também nos Palácios Trianon.
Le Grand Café d'Orléans - Com estilo contemporâneo, esse restaurante serve pratos rápidos para quem não deseja passar tempo demais envolvido nas refeições.
Restaurantes nos jardins:
La Girandole: um quiosque que oferece lanches rápidos — como saladas, sanduíches e crepes — para os que buscam uma opção menos elaborada de refeição;
Le Dauphin: Lanchonete localizada nos jardins, com clima descontraído, mesas ao ar livre e também cobertas. Cardápio simples, mas com lanches a preços acessíveis.
La Flottille: Restaurante localizado de frente para o lago, com clima descontraído, mesas ao ar livre e também cobertas. Cardápio focado na culinária francesa, mas com pratos muito diversos e bons preços.
La Petite Venise: Com ambiente cercado por flores, este restaurante agrada a quem busca um lindo cenário e uma experiência não francesa na culinária. O restaurante tem refinado menu italiano e atrai pelo charme do ambiente.
:: HOTEL LE GRAND CONTRÔLE
Inaugurado em 2021, esta hospedagem de luxo e exclusiva fica localizada literalmente dentro do Palácio de Versalhes. Com diárias que custam a partir de R$10.000,00, o hotel reúne 14 acomodações e suítes em três edifícios históricos que datam de 1681 e foram restaurados.
Tudo foi pensado para que o hóspedes tenha a experiência de viver como a realeza!! Mordomo exclusivo, acesso a barcos e carrinhos de golf, visitas noturnas ao palácio e à áreas "nunca vistas" usadas pelos monarcas, estão incluídos no valor da diária. Além disso, os hóspedes podem assistir a um concerto privado na Royal Opera, jantar no antigo apartamento das filhas do rei Luis XV e refazer os passos de Maria Antonieta no Petit Trianon, com direiro a tratamentos de beleza, degustação de macarons e um jantar no Pavilhão Francês.
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Beijos
Paula e Gabe
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