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FRANÇA – ALSACIA: Um dia visitando vilarejos encantadores.

Irmãs Pelo Mundo

Uma das regiões mais bonitas da França, localizada na fronteira entre França e Alemanha. Com paisagens e arquitetura que parecem ter saído diretamente de um conto de fadas a região encanta com seus vilarejos e abriga uma das rotas de vinho mais famosas da Europa.



Por Irmãs Pelo Mundo, janeiro de 2024.


Alsácia é uma antiga região administrativa da França (atualmente é considerada uma região cultural), localizada a leste do país fazendo fronteira com a Alemanha e Suíça, o que possibilita que ela seja incluída em um roteiro tanto pelo sul da Alemanha, quanto pela França, ou até mesmo, oeste da Suíça.

 

Com paisagens e arquitetura que parecem ter saído diretamente de um conto de fadas, é difícil quem não se apaixone pela Alsácia. A proximidade com a Alemanha é responsável por uma atmosfera completamente diferente da que vemos em outras regiões da França, proporcionando paisagens lindas além de uma cultura única, já que a região foi palco de muitas disputas, ao longo dos séculos. Museus, arquitetura típica, patrimônios históricos, cidades medievais habitadas sem interrupção desde a época dos romanos, ótima culinária, e uma rota de vinhos maravilhosa, são apenas alguns exemplos que fazem esta região ser uma das mais especiais de toda a Europa.


Os vilarejos que parecem ter saído dos livros - arquivo irmãs pelo mundo
 

:: QUANDO IR ::

 

A escolha de quando ir é questão de gosto pessoal pois a região pode ser visitada o ano todo. Em termos de temperatura, a primavera e o início do verão são as épocas mais agradáveis para as atividades ao ar livre, com as cidades completamente floridas. Já no inverno, apesar do frio intenso, é o período dos famosos mercados de Natal e nas proximidades você poderá encontrar estações de esqui. O frio também é bom para degustar a culinária alsaciana, rica em carboidratos kkk. Com clima continental, os termômetros podem bater -15 graus em janeiro ou fevereiro e 35 graus entre julho e agosto.

 

:: VILAREJOS DA ALSÁCIA ::

 

Nosso roteiro pelos vilarejos da Alsácia foi guiado pela querida Adriana da Alsacia Wine Tours. Como nos hospedamos em Estrasburgo (leia nosso roteiro pela cidade clicando aqui), começamos o passeio por Colmar e seguimos por lindos vilarejos nas proximidades. O passeio vale muito a pena! No final do tour, a Adriana, que é sommelier, nos levou para uma incrível degustação dos vinhos produzidos na região.


Estação de Trem em Colmar - arquivo irmãs pelo mundo
 

:: COLMAR

 

Depois de Estrasburgo, Colmar é a cidade mais visitada da região da Alsácia. Cortada por canais e pequenas pontes, a cidadezinha parece que saiu de um conto de fadas, repleta de casas coloridas em estilo enxaimel e floreiras. Por ter se mantido quase intacta aos vários períodos de guerras que envolveram França e Alemanha, seu centro histórico é uma verdadeira preciosidade com quase mil anos de história muito bem preservada. No período do Natal que Colmar ganha ainda mais beleza, ao promover o melhor mercado de Natal de toda a Europa, junto à cidade vizinha, Estrasburgo.

 

Colmar decorada para o Natal - arquivo irmãs pelo mundo

Passear por Colmar nos canais, bairros históricos e nas suas ruas de paralelepípedos é uma delícia. Além do cenário, a organização do centro histórico merece destaque: há sempre uma sinalização precisa dos principais monumentos com indicação para ir de um ponto a outro.

 

Fato interessante é que você se auto guiar por uma marcação no chão de 500 flechas em forma de triângulo com a efígie da Estátua da Liberdade, que forma um circuito por Colmar e seus locais emblemáticos. Inclusive, a cidade possui Estátua da Liberdade, igualzinha à dos Estados Unidos, para chamar de sua! O criador da Estátua da Liberdade dos Estados Unidos é o escultor Auguste Bartholdi nascido em Colmar.

 

O quarteirão Place de la Cathédrale se localiza no coração de Colmar e sua grande atração é a Igreja Colegiado St. Martin (Collégiale Saint-Martin), um exemplo de arquitetura gótica construída entre 1235 e 1365. No seu interior está um órgão datado de 1755, além de vitrais do século XIII. A mais recente restauração ocorreu em 1982 e foram encontrados fundamentos de uma igreja do ano 1000.


Praça da Catedral e a Igreja Colegiado St. Martin. Aqui acontece um dos mercados de natal de Colmar- foto: divulgação

Seguindo pela Rue des Serruriers, chega-se na Igreja Domenicana (Dominican Church) de arquitetura da ordem medicante, e na Rue des Têtes onde está localizada a Maison des Têtes (House of Heads). Construída em 1609, e é uma das mais famosas e emblemáticas casas de Colmar. De estilo renascentista, a casa de três andares chama a atenção por conta de sua “peculiar” ornamentação com 106 cabeças humanas (daí o nome). O edifício já funcionou como bolsa de valores e hoje é um hotel de luxo e uma brasserie.


Maison des Têtes (House of Heads) - foto: divulgação

Voltando à Praça da Catedral, seguimos para a Rue de Marchands, o canto mais fotografado da cidade, rodeado de casas históricas como a Au Vieux Pignon, uma loja que vende souvenirs (queridinha dos blogueiros) sempre bem decorada, a antiga delegacia de polícia (Ancien Corps de Garde) de arquitetura renascentista, que originalmente era uma capela, mas desde 1575 vem sendo usada outros fins, desde comércio até estação de polícias; e a Maison Adolph, um dos prédios mais antigos de Colmar, construída em 1350.


Rue de Marchands - foto: divulgação

Do ladinho também está belíssima Maison Pfister, construída em 1537 por Ludwig Scherer, um homem rico que acumulou bens com a exploração das minas de prata na região. A construção mistura o estilo medieval e renascentista, e em sua fachada há várias pinturas que retratam a vida de Cristo. Outra casa destaque é a Maison Zum Kragen de 1419, em estilo enxaimel, com a figura de um mercador esculpida em sua fachada.


Maison Pfister e Maison Zum Kragen - foto divulgação

Seguimos pela Grand Rue onde está a Igreja St. Matthieu (Eglise protestante St-Matthieu), uma igreja protestante construída no século XIII até chegarmos nos Koifhus ou Antiga Alfândega (Ancienne Douane), o edifício público finalizado em 1480, que era o centro econômico e político de Colmar, funcionava como armazém e local de reuniões dos deputados da Decápolis, federação de dez cidades imperiais da Alsácia, criada em 1534. Nas janelas da Koïfhus ainda é possível ver os brasões de 10 cidades nas janelas do prédio. Atualmente hospeda eventos e atividades públicas.

 

Logo a frente está o distrito dos curteiros (Quartier des Tanneurs em francês), um conjunto de casinhas enxaimel lindinhas em sua maioria construída entre os séculos XVII e XVIII, e que eram habitadas pelos curteiros (artesãos de couro) e suas famílias. Menos de 200m está o Quai de la Poissonnerie, o distrito dos peixeiros e a Rue de la Poissonnerie, outro lugar de Colmar que parece ter saído de um conto de fada, e também um dos mais belos cartões postais da Alsácia. Os pescadores e suas famílias moravam nessas casas e ali também estocavam e comercializavam a pesca. Em 1706 houve um incêndio que destruiu mais de 40 casas, que foram restauradas entre 1978 a 1981.


Rue de la Poissonnerie - foto: divulgação

Seguindo pela Rue Turenne, chegamos na Petit Venice - PEQUENA VENEZA. Banhada pelo Rio Lauch, Colmar ficou conhecida como a Petit Venice (Pequena Veneza), devido aos canais que se formam no centro histórico. Conta-se que os canais foram construídos para levar água do Rio Lauch para o centro da cidade, que serviria para os moradores beberem e para as embarcações levarem produtos até o mercado central de Colmar

 

O lindíssimo cenário das pontes floridas cruzando o rio com as casinhas alsacianas às margens é um dos maiores cartões postais de Colmar, e claro um o ponto turístico mais procurado. Se debruce na ponte cheia de românticos cadeados e apenas observe os canais e os barquinhos que passam vagarosamente trazendo uma paz e a certeza de estar num lugar muito pitoresco da França.


Petit Venice - arquivo irmãs pelo mundo

Do ladinho da Petite Venice fica o Marché Couvert de Colmar (Mercado Coberto de Colmar), uma espécie de mercado público muito bem arrumado e repleto de produtores locais com seus produtos fresquíssimos a venda. Fundado em 1865 o prédio já teve diversas funções, e no ano de 2010, ele tornou-se de fato um mercado público e hoje abriga 20 lojas. Experimente um pretzel com vinho local ou cerveja local, e tome aquele cafezinho na esplanada com vista para o Lauch.


Marché Couvert de Colmar - foto: divulgação

MERCADOS DE NATAL: Os Marché de Noël, ou os mercados natalinos famosíssimos em Colmar começam no final de novembro e vão até o finalzinho de dezembro. A cidade fica ainda mais encantadora com a magia de natal espalhada em todas as lojas perfeitamente iluminadas e decoradas, pistas de patinação, roda gigante e lindos carrosséis. A cidade promove 6 mercados natalinos em diferentes locais do centro histórico: Le Marché gourmand (Mercado gourmet), Place de l’Ancienne Douane, Place des Dominicains, Place Jeanne d’Arc, Le Marché de Noël des enfants (para crianças) e Le Marché intérieur du Koïfhus

 

:: EGUISHEIM

 

Apenas 8km distante de Colmar, está o lindo vilarejo de Eguisheim, um lugar que serviu de inspiração para os poderosos estúdios da Disney, e que serviu de cenário para criar a cidade da Bella no famoso filme “A Bela e a Fera”. As ruas com calçamento de pedra são estreitas que formam uma espécie de labirinto repleto de casas coloridas charmosas e bons restaurantes. Datando de 720 d.C, é uma das mais vilas mais antigas da Alsácia e foi votada como Village Preféré des Français (vilarejo preferido dos franceses) em 2013.


Place du Château Saint-Léo, Fonte de Saint-Léon (Fonte de São Leão), Château de Saint-Léon-Pfalz, Castelo de Eguisheim (Castelo Bas ‘Eguisheim) - foto: divulgação

Na cidade de Eguisheim não tem estação de trem, sendo assim, a estação mais próxima fica em Herrlisheim-près-Colmar (próximo a Colmar), localizado a cerca de 3,5 km de distância. Apesar de existir ônibus que ligam as duas cidades, são pouquíssimos ao longo do dia, por isso a melhor opção é alugar um carro durante a sua visita, ou contratar um tour assim como nós fizemos.

 

Com apenas 1600 habitantes, Eguisheim tem mais de 800 acres (339 hectares) de vinhedos e é conhecido por ser o berço da indústria da viticultura da Alsácia, o seu microclima é perfeito para isso. A cidade está rodeada por colinas cobertas de vinhedos e é “vigiada” pelos três castelos localizados no topo da cidade, na colina Schlossberg. São eles: Weckmund, Wahlenbourg (ambos do século XI) e Dagsbourg do século XII. Os três edifícios quadrados feitos de arenito vermelho, pertencia à poderosa família de Eguisheim, cujos membros foram queimados na fogueira em um conflito com os habitantes da aldeia, chamada de Guerra dos Seis Obolos. Quando a família foi assassinada, as três torres passaram a pertencer aos bispos de Estrasburgo.


Eguisheim - foto: divulgação

O centro histórico é formado por três ruas concêntricas que te conduz naturalmente à praça central, a Place du Château Saint-Léo, onde está a grande Fonte de Saint-Léon (Fonte de São Leão), datada de 1834 e uma das maiores na Alsácia.Também na praça está o Château de Saint-Léon-Pfalz, conhecido como o Castelo de Eguisheim (Castelo Bas ‘Eguisheim). O belo castelo medieval construído com um plano octogonal em 720 pelo Duque Eberhard, é o suposto local de nascimento do Papa São Leão IX (1002-1054). Ao lado do castelo, construído em masmorras antigas, há uma pequena capela dedicada ao Papa Leão IX e logo atrás a Place du Marche, onde no final do ano montam um pequeno mercado de Natal.

 

A Rue du Rempart, uma rua de paralelepípedos, com casas e lojas charmosas de cores vivas primorosamente decoradas, é a rua principal de Eguisheim. É aqui que está a casa da cena de abertura de Beauty and the Beast e o conhecido Le Pigeonnier, um dos lugares mais instagrammer de Eguisheim


Le Pigeonnier - foto: divulgação
 

:: RIQUEWIHR

 

Com seus pouco mais de 1500 habitantes, Riquewihr é um vilarejo medieval no coração dos vinhedos da Alsácia, que proporciona uma verdadeira viagem ao tempo, porque parece ter parado no século XVI. Ficou conhecida como “Pérola da vinha da Alsácia” por conta dos muitos vinhedos nos arredores e pela grande quantidade de vinhos de qualidade produzidos na região. Ela também já foi eleita a cidadezinha mais linda da França em 2016, onde na primavera e no verão a cidade é enfeitada com flores e no inverno assume as cores do Natal.


Riquewihr - foto: divulgação

Cercada por uma muralha medieval de pedra, a cidade é um verdadeiro museu a céu aberto que preserva sua autenticidade e o charme de outros tempos. O centro histórico, que fica dentro dos muros é praticamente atravessado por uma rua longa, a Rue du G. de Gaulle, em um total de 5 ou 6 quadras. As preservadas casas em madeira ao estilo enxaimel, os pátios internos decorados com poços, as fontes antigas, as placas de metal tão bem trabalhadas, compõem um belíssimo conjunto arquitetônico.


Rue du G. de Gaulle - foto: divulgação

O centro histórico é cheio de residências renascentistas, lojas e restaurantes. Algumas das atrações mais importantes são a Torre dos Ladrões (antiga Prisão de Riquewihr), a casa Vineyard (original do século XVI), a Casa “Hansi”, dedicada ao famoso ilustrador alsaciano, e o Museu Hansi ou Posto du Dolder (o portão de entrada da cidade, usado para defesa desde o século XIII). No sopé da torre você encontrará a Fonte Sinne, que antigamente era usada para lavar barris e recipientes de vinho.

 

:: RIBEAUVILLÉ

 

Localizada apenas 5 km de Riquewihr, Ribeauvillé é uma das cidades mais antigas da Alsácia, sendo que sua história data do século VIII. Pertencente à famosa “Rota dos Vinhos da Alsácia” e foi a sede dos Senhores de Ribeaupierre (daí o nome “Ribeauville”) na Idade Média, que construíram os três castelos fortificados (hoje em ruínas): Saint-Ulrich, Ribeaupierre e Girsberg.


Tour des Bouchers (torre dos retalhos) - foto: divulgação

 

O Castelo de St. Ulrich é o mais antigo (meados do século XIII) e mais importante dos 3 castelos. O Castelo Girsberg (ou Petit-Ribeaupierre) data de 1250 e é particularmente interessante por sua masmorra pentagonal. O Château Haut-Ribeaupierre (ou Altenkastel) é o mais alto e passou por renovação.

 

A Grand Rue, é a principal avenida que atravessa a cidade e onde estão encontrar belos edifícios, como a Câmara Municipal do século XVIII, a Igreja do Convento, a Igreja de Saint-Grégoire e a bela Torre des Bouchers (Torre dos Talhos) do século XIII.


Mercado de Natal do vilarejo é lotado!! - arquivo irmãs pelo mundo

:: HUNAWIHR

 

Hunawihr fica entre Riquewihr e Ribeauvillé, cercada de vinhedos por todos os lados. A pequena vila de apenas 600 habitantes é famosa por suas construções medievais belíssimas, seus vinhedos e pela presença de um dos castelos mais bem preservados da França, o Castelo de Haut-Koenigsbourg. As casas datadas do século XVI e a Igreja de St. Nicolas, uma construção belíssima erigida no século XVIII com uma rica decoração em ouro e dourado; dão um charme especial. Além disso, Hunawihr também conta com o Parque das Cegonhas, um local interessante que permite conhecer a fauna e a flora da região, diversas opções gastronômicas que fazem fama pelos seus pratos típicos, e com o Museu Alsaciano, um espaço cultural interessante que apresenta a história e a cultura da região;


O castelo fica no topo de uma colina, e no caminho passamos por vinhedos - arquivo irmãs pelo mundo
Paisagem branquinha! - arquivo irmãs pelo mundo
A subida ate o castelo foi linda demais - arquivo irmãs pelo mundo
Chegando no castelo que fica na divisa com a Floresta Negra da Alemanha - arquivo irmãs pelo mundo
Adoramos conhecer um castelo medieval! - arquivo irmãs pelo mundk
 

Estes outros vilarejos não visitamos, mas deixamos o registro para você incluir no seu roteiro caso tenha mais tempo na região:


:: KAYSERSBERG

 

Apesar de menos visitada que outras cidades vizinhas, Kaysersberg tem ruas e construções igualmente charmosas e também faz parte da rota do vinho da Alsácia. Com apenas 5 mil habitantes foi eleita a cidadezinha mais linda da França pelos próprios franceses em 2017. Vinhedos rodeiam a cidade e o centro-histórico é um charme só. Ao longo da Rue du General de Gaulle, a principal rua da cidade, está a Place de Jean Ittel, onde está localizado o Fontine Constantin, a Igreja Sainte Croix com a Torre Campanária.


Fontine Constantin - foto: divulgação

Monumento histórico francês, a igreja Sainte Croix começou a ser construída em 1227 e foi restaurada depois da Segunda Guerra Mundial. Sofreu várias transformações no século XV, porém o portal e seu tímpano são originais, feitos por volta de 1235. Na fachada, há uma estátua moderna da imperatriz Helena, relembrando a lenda de que ela descobriu a verdadeira cruz de Cristo em 327, em Jerusalém. Em frente à igreja está um dos pontos mais fotografados da cidade: a fonte (1521) com imagem do filho da imperatriz Helena, o imperador romano Constantino, obra de Jean Bongart. Durante a Revolução Francesa foi retirada e substituída por uma pirâmide tricolor.

 

Também na praça está a Câmara Municipal e a ponte fortificada de 1514 sob a qual passa rio Weiss e em cujas margens está o famoso Chapelle de L’Oberhof, o lugar mais fotografado de Kaysersberg. De lá você consegue ver o Castelo de Kaysesberg, que começou a ser construído em 1200. Além dos pontos turísticos há muitos bares e restaurantes.


Kaysesberg - foto: divulgação

:: OBERNAI

 

Obernai é uma cidade pequena que ainda mantém seu charme e autenticidade. É uma das mais belas da Alsácia, porém uma das menos conhecida da região, já que fica mais distante de Colmar e Estrasburgo. Existe desde o período Romano e tem um centro histórico repleto de elementos de períodos medievais e renascentistas. Durante a Idade Média o vinho da região era tão renomado que era servido em cortes imperiais e nos mosteiros. A maior produção da cidade vem da colina de Schenkenberg e é possível encontrar várias vinícolas e destilarias nos arredores (há mais de dez opções num raio de 5km).


Obernai - foto: divulgação

O vilarejo segue o padrão da Alsácia, com ruas paralelepípedos, casas coloridas em estilo enxaimel e janelas repletas de flores. Logo que chegar na praça principal você vai dar de cara com o prédio da prefeitura, chamado “Hôtel de Ville”. A estrutura anterior era de 1370, mas o prédio foi reformado em 1848, em estilo neo-renascentista. Logo ao lado fica uma torre com 60 metros de altura que já serviu de campanário, de observação e torre do sino de uma igreja medieval demolida em 1873. Outra atração é o muro medieval, que marcava as defesas da cidade antiga: são 1400 metros de comprimento, cerca de 20 torres e quatro portões de entrada.

 

Na praça central, há a igreja de São Pierre e São Paulo, que foi construída em estilo românico no século XIX, acima de uma estrutura de uma catedral gótica, que se assemelha muito com a Catedral de Estrasburgo. Na rua que leva até a igreja encontra-se o “Poço dos Seis Baldes”, uma construção renascentista do século XVI que permanece bem conservada.

 

:: MOLSHEIM

 

Molsheim fica a cerca de 26 km de Estrasburgo, é famosa por ser o berço da marca de automóveis Bugatti, e já foi considerada a capital religiosa da Alsácia. Muito de seu passado encontra-se bem preservado, com destaque para a bela Igreja dos Jesuítas. Localizada aos pés de uma colina de 300m, a cidade tem um microclima privilegiado, considerado um dos melhores solos da Alsácia e que proporciona condições perfeitas para o amadurecimento das uvas. É famosa por seu Grand Cru Bruderthal, tendo como principais variedades Riesling, Gewurztraminer, Pinot Gris e Muscat.


Molsheim - foto: divulgação

:: DAMBACH-LA-VILLE

 

Dambach é uma autêntica vila medieval bem bonitinha e a parte antiga da cidade está situada dentro de muralhas medievais com vários edifícios bem preservados da Idade Média e da época do Renascimento. As ruas estreitas são ladeadas por casas de enxaimel floridas, placas de ferro forjado e fontes. Destaque para a Chapelle Saint-Sébastien.


Dambach-la-ville - foto: divulgação
 

:: MERCADOS DE NATAL ::

 

É na Alsácia que estão os mercados de Natal mais famosos da França. Praticamente todas as cidades tem mercado de Natal e os mais famosos são os de Estrasburgo e o de Colmar. Em Estrasburgo, o mercado existe desde 1570 e chega a receber cerca de 2 milhões de visitantes por ano. A impressão que temos é que entramos em um filme de Natal, pois a cidade inteira fica iluminada e decorada, com cuidado e perfeição.

 

Estes mercados costumam ser grandes e se estendem por todos os centros das cidades. Nas barraquinhas podemos encontrar comidas e bebidas típicas, assim como artesanato. Para esquentar, a grande maioria vende o famoso Elixir de Natal, uma espécie de vinho quente.


Os fofíssimos mercados de Natal da Alsácia - arquivo irmãs pelo mundo
 

:: A ROTA DOS VINHOS DA ALSÁCIA ::

 

A Rota do Vinho da Alsácia é formada por uma estrada estreita, cheia de vinhedos ao redor, que interconecta pequenos vilarejos desta região. Ela foi inaugurada em 1953 e vai de Marlenheim até Thann, porém os tours mais populares geralmente iniciam em Estrasburgo e terminam em Colmar, já que são cidades facilmente acessíveis de trem.

 

Esta rota é a rota do vinho mais antiga da França e tem mais de 170 km de extensão, atravessando 73 cidades e cidadezinhas entre os departamentos do “Bas-Rhin” e “Haut-Rhin, passando por cerca de 120 vilarejos. Dos 119 municípios produtores de vinho da Alsácia, 67 estão na rota da Rota dos Vinhos, abrangendo mais de 300 propriedades vinícolas e 49 dos 51 terroirs “grands crus”.

 

Rota do vinho Alsacia - foto: dvulgação

Região de brancos por excelência, alguns dos vinhos feitos na Alsácia estão entre os maiores do mundo. São 7 castas com a Appellation d’Origine Contrôlée (ou seja, vinhos cujo “nome” só é permitido quando sua produção e o plantio das uvas acontecem no mesmo lugar e seguindo o mesmo padrão de produção): Sylvaner, Riesling, Muscat d’Alsace, Pinot Blanc, Pinot Gris, Gewurztraminer, Pinot noir. fonte: https://www.viajaredemais.com.br/

 

Basicamente cada vilarejo da Alsácia, por menor que seja, tem ao menos um vinho específico da região com características próprias. As cidades que precisam fazer parte de seu roteiro são: Éguisheim, Kayserberg, Riquewhir, Ribeauvillé e Obernai.

 

:: O QUE COMER ::

 

Por causa da influência alemã, a culinária tradicional alsaciana é um pouco diferente do resto da França. Mas não se preocupe, as famosas boulangeries e confeitarias francesas estão presentes em toda a região, para você se deliciar com tortas, macarons e lindos doces decorados no melhor estilo francês, além do Pain d’épices, um bolo de mel, complementado com várias especiarias, como canela, coentro, gengibre e anis.

 

Os pratos mais conhecidos da região da Alsácia são as tartes flambées (flammekueche), que consistem em um rolo fino de massa composta por farinha, água, óleo e sal, coberto com creme de leite ou queijo cottage (ou uma mistura de ambos), Bibeleskäs, coberto por diversos ingredientes, posteriormente assado em um forno de pão muito quente, (fica parecendo uma pizza); e as fleischnakes, semelhantes a um rocambole de carne. Vários restaurantes também servem pratos típicos da culinária alemã, como o spaetzle.

 

O Choucroute, um prato feito com repolho picado finamente processado por lacto-fermentação, geralmente acompanhado de algumas guarnições como alguns tipos de salsichas, carne de porco, batatas e bacon, também é bastante servido assim como o Foie gras, considerado como um patrimônio cultural e gastronômico protegido pela França.

 

A Alsacia merece estar no seu roteiro pela França! Esperamos que tenham gostado das dicas e informações! Continue o nosso roteiro pela Europa clicando aqui! Nossa próxima parada é na Suíca!

 

Beijos

Paula e Gabe

 

Assista nossos dias na Alsácia em detalhes (mostrados ao vivo pelos stories do Instagram):

[ Parte 1 ALSACIA ]

 

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::: Leia um breve resumo sobre a HISTÓRIA DA ALSACIA. Adoramos conhecer o contexto histórico dos locais que visitamos!


A Alsácia era habitada nos tempos pré históricos por tribos nômades de caçadores, e por volta de 1500 a.C. os Celtas começaram a se estabelecer na região. Em 58 a.C., os romanos invadiram e estabeleceram a Alsácia como um centro de viticultura, sendo que para proteger esta atividade valiosa, construíram fortificações e campos militares que se transformaram em diversas comunidades, habitadas sem interrupção até hoje.

 

Com o declínio do Império Romano, a região tornou-se um território controlado pelos Alamanos, um povo agrícola cuja língua formou as bases do moderno dialeto alsaciano. Os Francos expulsaram os Alamanos durante o século V, e a Alsácia tornou-se então parte do Reino da Austrásia até que o reino franco fosse dissolvido oficialmente em 843, com o Tratado de Verdun. Ao tornar-se parte do Sacro Império Romano-Germânico, ficou sob a administração dos Habsburgos da Áustria até que fosse cedida à França no término da Guerra dos Trinta Anos em 1648.

 

A Alsácia usufruiu de uma grande prosperidade durante o século XII e o século XIII, sob a administração dos Hohenstaufen, mas essa prosperidade teve fim no século XIV com uma série de invernos rigorosos, péssimas colheitas e a Peste bubônica. Durante o Renascimento, a prosperidade retornou à Alsácia sob a administração dos Habsburgos.

 

Junto com a Lorena, a Alsácia foi durante séculos objeto de disputas e guerras entre a Alemanha e a França. As duas regiões chegaram a ser anexadas pela França sob a administração de Louis XIV de França porém, como desde 500, a área vinha sendo povoada por uma população de origem e língua germânicas, houve luta contra a imposição da língua e costumes franceses. Após a Guerra Franco-Prussiana de 1870, Alsácia e Lorena foram reunificadas à Alemanha, permanecendo assim até o final da Primeira Guerra Mundial, quando a Alemanha cedeu a Alsácia de volta à França no Tratado de Versalhes.

 

Após a Primeira Guerra Mundial, os habitantes que tinham vindo de outras partes da Alemanha foram expulsos. A identidade germânica foi reprimida com uma política sistemática de proibição do uso do alemão e de seus dialetos, e a obrigação do uso do francês como língua oficial. Isso humilhou os alemães, trazendo o revanchismo da II Guerra Mundial. Durante a II Guerra a região foi anexada pela Alemanha, sendo Alsácia absorvida pela região alemã do Baden, e a Lorena pela do Saarland (Sarre).

 

A região trocou de mãos novamente em 1944, voltando ao domínio francês, que restaurou a velha política de repressão do período entre-guerras. De 1945 a 1984 o uso da língua alemã em jornais era restrito a um máximo de 25%, porém nos últimos anos, com a diluição da consciência nacionalista, a liberdade cultural foi gradualmente restabelecida.

 

Há pouco tempo o governo francês reduziu o número de regiões, integrando a Alsácia, Lorraine e Champagne-Ardenne e tornando-as em “Grand-Est”, porém mesmo os franceses continuam a chamando de Alsácia.

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Sobre Nós

Somos irmãs, residentes da cidade de Cocal do Sul em Santa Catarina e adoramos explorar lugares e ter novas experiências. Já viajamos para mais de 12 países e conhecemos 11 estados brasileiros. Apaixonadas por bons drinks, boa comida e estar com amigos.

 

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